A obesidade tráz impactos à saúde e à vida social. A decisão da realização de um tratamento, principalmente de uma cirurgia, terá um importante efeito na vida de uma pessoa, pois acarreta várias mudanças de hábitos alimentares, de socialização, de auto-imagem e de dedicação para manutenção dos resultados.
"Considerando vital que o paciente conte com um trabalho de acompanhamento nutricional, psicológico e de atividade física, antes e após uma cirurgia bariátrica, para que o paciente consiga efetivamente transformar seu estilo de vida e se conscientizar das mudanças que irão ocorrer em seu corpo e em seu cotidiano", ressalta Dr. Luiz Vicente Berti (CRM-SP 62294), cirurgião do aparelho digestivo e Diretor do Centro de Cirurgia Obesidade e Metabólica. Afinal, não existe quanquer modalidade de intervenção, dieta ou fórmula milagrosa que garanta que a obesidade será eliminada e não voltará mais.
Na opinião da Dra. Lorença Dalcanale (CRN 14383) nutricionista do Centro de Cirurgia Obesidade e Metabólica e Mestre em Ciências da Saúde em Gastroenterologia Clínica pela Faculdade de Medicina da Universidade de Sã Paulo, a obesidade deve ser considerada como uma doença multifatorial em que há interposição de vários elementos. "São fatores que vão desde a herança genética, a fatores psicológicos e ao estilo de vida. Para que todos os aspectos envolvidos sejam abordados, o tratamento deve englobar vários profissionais, desde nutricionista, psicóloga, psiquiatra, cardiologista, endocrinologista, fisioterapeuta, além de preparador físico. Cada um contribui com seu conhecimento e técnica para que o paciente obeso tenha um tratamento com uma visão global".
Dentro desta abordagem de tratamento interdisciplinar a Dra. Andreza Wurzba (CRP 06/66673), psicóloga do Centro de Cirurgia Obesidade e Metabólica, especialista em Psicologia Analítica, Psicossomática, Dependências, Abusos e Compulsões e Psicóloga Colaboradora do Grupo de DOR do Hospital das Clínicas, relata que a psicologia visa verificar qual é o nível de prontidão de mudança do paciente, o sentido da cirurgia e das mudanças proporcionadas em sua vida. "É impossível desconectar o corpo da mente. Se assim fosse, as pessoas não engordavam por ansiedade, não infartavam por estresse. Então, quando uma pessoa passa por uma cirurgia de obesidade, estamos falando de várias instâncias, que vão desde uma situação cirúrgica, de obesidade e suas consequências na vida de uma pessoa, como morbidades, isolamento social, baixa auto-estima, impactos no trabalho, ausência ou prejuízo na vida efetiva/sexual, humor deprimido, ansioso ou misto, vergonha, culpa, entre outros aspectos, além da somatória dos dois: medos, fantasias e crenças irracionais".
Troca de Informações
Do ponto de vista nutricional e psicológico, a troca de informações contínuas entre os especialistas é fundamental. Segundo a nutricionista, esta interação entre os profissionais envolvidos no acompanhamento do tratamento cirúrgico da obesidade é importante, porque possibilita visão mais ampla e dinamismo, com maior agilidade na resolução e abordagem dos problemas.
Compartilhando da mesma opinião, a psicóloga Dra. Andreza afirma que "é fundamental que cada especialista dê seu parecer a respeito do paciente, pois entendemos as pessoas que nos procuram como seres em sofrimento que buscam ajuda, porque têm como demanda inicial uma mudança em suas vidas. Daí a importância de uma abordagem interdisciplinar, porque isso facilita entender os desejos e necessidades do paciente".
Transtornos Alimentares
Uma boa nutrição é essencial a todos e especialmente às pessoas em recuperação de um transtorno alimentar. Por isso, a Dra. Lorença Dalcanale enfatiza que o trabalho interdisciplinar com a psicologia e, em alguns casos, o encaminhamento para um psiquiatra, pode ser necessário para um bom resultado, tanto para o paciente quanto para os profissionais envolvidos.
Do ponto de vista emocional, a Dra. Andreza Wurzba recomenda uma preparação cirúrgica com maior número de sessões e psicoterapia no pós-operatório. "Em alguns casos, os pacientes são encaminhados ao psiquiatra especializado em transtornos alimentares afim de verificar a necessidade de medicação associada, para que se garanta o sucesso na cirurgia, adesão à psicoterapia e uma legítima transformação na vida do indivíduo".
Pré e pós-operatório: como preparar o paciente
Como a obesidade tem causas múltiplas que traz sofrimento físico, emocional e social com implicações que interferem e repercutem na vida do indivíduo, o preparo do paciente deve acontecer de forma simples e objetiva que o leve a perceber as falhas de comportamento, os padrões alimentares inadequados e de estilo de vida atual. "Quando ele idealiza o que seria bom e deseja alcançar esta meta podemos trilhar um plano de mudança nos hábitos alimentares compatíveis com seu biotipo e ritmo de vida profissional e social, para que o resultado seja o mais satisfatório possível", rela a Dra. Lorença.
Na opinião da Dra. Andreza Wurzba não existe uma receita pronta de como preparar o paciente, porque cada ser é único e dispõe de demandas individuais e de disponibilidades diferentes. "De forma geral, o trabalho é psico-educativo, ou seja, a informações é dada e, concomitantemente, é avaliado os recursos emocionais de cada paciente nos quais são desenvolvidos aspectos psíquicos para sensibilizá-lo com as mudanças".
Incluindo a Família
Como a cirurgia bariátrica reflete em vários aspecto na vida do paciente e de seus familiares - existe o medo da operação, as fantasias que se tem a respeito dela, a ideia de mutilação do corpo e o preconceito -, o acompanhamento ou não de familiares no pré ou pós-operatório vai depender de cada paciente, perfil clínico, idade, personalidade, entre outros aspectos, é o que afirma a nutricionista.
Segundo a psicóloga Andreza Wurzba, diante das implicações que o estigma que a obesidade impõe sobre os pacientes é de vital importância sua participação no processo terapêutico. "A família exerce um papel fundamental na formação e manutenção dos hábitos de uma pessoa, sendo as refeições, importantes ritos de consolidação destes hábitos e construção dos vínculos afetivos. Quando todos são envolvidos no tratamento da obesidade é possível maior empatia, assim amplia-se a compreensão das aflições e angustias existentes de ambos os lados e, portanto, maior acolhimento entre a família".
"Sob a ótica do comportamento individual trabalhamos de maneira que o paciente tenha recursos internos para se adaptar à nova vida e compartilhar isso com o mundo. À medida que ele internaliza e não terceiriza suas necessidades. Ele precisa estar confortável e consciente de todo o processo ao qual foi submetido, se responsabilizando pelas mudanças e consequências de seus novos hábitos", finaliza Dr. Luiz Berti.
Sobre o Centro de Cirurgia Obesidade e Metabólica
Com equipe interdisciplinar formada por profissionais com conhecimento científico e experiência clínica comprovada, o Centro de Cirurgia Obesidade e Metabólica reúne em um único local os mais avançados recursos materiais e humanos, para oferecer um atendimento completo ao paciente - cirúrgico, psicológico, nturicional e espotivo.
Interessante a abordagem desse tratamento.
ResponderExcluirBeijos