quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Cirurgia Plástica corrige o Pectus Excavatum: veja como melhorar esta alteração torácica

Pectus Excavatum, conhecido entre os leigos como "peito de sapateiro", "peito escavado" ou "tórax escavado", é o nome científico de uma deformidade congênita da parede torácica na qual várias costelas, cartilagens costais e o osso esterno crescem anormalmente, produzindo uma concavidade ou escavação na aparência da parede do tórax.
 
Dr. Romeu Fadul Jr. (CRM-SP 76779), cirurgião plástico integrante do corpo clínico e coordenador dos cursos de Cirurgia Plástica Estética da Face do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês, conta que este tipo de problema é o mais comum entre os defeitos do tórax, representando 90% dos casos registrados.
“Temos quadros clínicos considerados de leves a casos mais graves, nos quais os pacientes apresentam uma assimetria significativa entre os lados direito e esquerdo, podendo até ter alterações cardíacas nos casos mais graves", explica o cirurgião plástico.
De acordo com Dr. Romeu Fadul, o Pectus Excavatum ocorre em um número estimado de 1 entre 300-400 nascimentos. A condição é geralmente notada no momento do parto, sendo que mais de 90% dos casos são diagnosticados no primeiro ano de vida. “A relação masculino-feminino é de 3:1. Apesar de tal observação, nenhum fator conhecido genético ligado ao cromossomo X ou Y foi relatado. Isto significa que a deformidade atinge tanto homem como mulher”.
 
Abordagem terapêutica multidisciplinar
Na maior parte dos diagnósticos, a indicação cirúrgica tem o objetivo de melhorar a condição estrutural e estética. A associação das especialidades de cirurgias pediátrica, torácica e plástica tende a ser a melhor opção de tratamento para o paciente, uma vez que a participação exclusiva da cirurgia plástica não resolve totalmente o problema, mas pode amenizar o defeito torácico em casos não graves. Implicações psicológicas e sociais devem ser consideradas para a indicação da cirurgia plástica”, comenta o médico.
De acordo com o cirurgião plástico, crianças com esta patologia devem ser conduzidas, inicialmente, a um cirurgião pediátrico ou cirurgião torácico infantil e, se houver indicação, a realização da cirurgia plástica será solicitada pelo médico que conduz o tratamento deste paciente. As recomendações atuais suportam o uso da técnica de Nuss - onde se utiliza uma barra de aço curva para relocar as costelas defeituosa, é realizada por videotoracoscopia - em pacientes com idades entre 5-20 anos. “Indicamos a cirurgia quando as crianças estão com idade entre 8 e 12 anos, porque a parede torácica ainda está maleável, a estabilização da barra é facilmente alcançada, a anestesia peridural torácica pode ser seguramente aplicada e a criança está madura o suficiente para entender o funcionamento e as instruções pós-operatórias, particularmente a espirometria de incentivo (método de fisioterapia respiratoria), que é essencial para minimizar os problemas pulmonares após a cirurgia”.
 
Técnica Cirúrgica: prótese de silicone ou gordura
Nos casos de Pectus Excavatum, a cirurgia plástica ajuda na suavização das depressões torácicas com uso de próteses de silicone associadas ou não a enxertos de gordura e células-tronco. A cirurgia plástica não trata o defeito osteo-cartilaginoso, que deve ser corrigido pelo cirurgião torácico ou cirurgião infantil.
Dr. Romeu Fadul explica também que pode ser colocada a prótese de silicone e, em conjunto, ser feita a injeção de gordura do próprio paciente. “Pode ser utilizada uma delas ou ambas técnicas para solução de casos não graves. Mas, é preciso esclarecer ao paciente que estas técnicas exclusivamente não tratam o problema, elas ajudam a melhorar o defeito torácico”.
 
Resultados
Como todo procedimento invasivo, a cirurgia plástica do Pectus Excavatum também deixa cicatriz. “Dependendo da gravidade da deformidade e do tipo de procedimento indicado para corrigi-la, pode ficar algumas marcas, como cicatrizes de cerca de 3cm nas laterais do tórax, para citarmos um exemplo”, esclarece.
No pós-operatório alguns cuidados também são necessários. Durante o período de internação hospitalar, realiza-se o controle da dor pela equipe de anestesia, com medicação endovenosa ou epidural. Habitualmente, os pacientes operados têm alta hospitalar entre cinco a sete dias. Em casa, o paciente usará medicação anti-inflamatória e analgésicos por via oral, além do uso de protetores gástricos para evitar úlceras.
O cirurgião plástico Dr. Romeu Fadul é enfático quanto às instruções que devem ser dadas ao paciente, após a cirurgia. “É necessário instruir o paciente sobre a postura corporal correta, que deve ser no estilo ereto para eliminar a dor músculo-esquelética e para prevenir o agravamento da deformidade da coluna vertebral. O reparo do Pectus não resulta em correção de qualquer deformidade da coluna vertebral associada ou solução de problemas relacionados com a má postura”.
 
Retorno às atividades
Segundo o cirurgião plástico Dr. Romeu Fadul, terminado o período de recuperação após a correção da deformidade do tórax com colocação da prótese, não há qualquer risco para o retorno às atividades, que deve ocorrer de forma gradativa.
Os pacientes são orientados a evitar qualquer flexão no quadril no primeiro mês. A atividade regular é aconselhável à medida que a dor diminui, podendo aumentar a mobilidade. Trabalho pesado também não é permitido no primeiro mês após a cirurgia, ou seja, o paciente não está autorizado a transportar pesos ​​por, no mínimo, quatro semanas. Quanto à prática de esportes de contato, eles devem ser evitados por três meses, entre outros cuidados fundamentais, orientados caso a caso”, finaliza.
 
Perfil
Dr. Romeu Fadul Jr. (CRM-SP 76779) é formado em Medicina, pós-graduado e mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Atua nos Hospitais 9 de Julho, Santa Paula e, principalmente, no Sírio Libanês, onde, desde 2003, também é coordenador e responsável pelos cursos de Cirurgia Plástica Estética da Face do Instituto de Ensino e Pesquisa e integrante do Comitê Internacional de Pesquisa da Sociedade Internacional de Cirurgiões Plásticos Descendentes de Libaneses.

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