Mais do que
uma estratégia para reduzir gastos, hábito ajuda a melhorar a saúde e a boa
forma, afirma especialista.
Tendência para alguns, resgate de um velho costume
para outros, a boa e velha marmita voltou com tudo e está cada vez mais
presente no dia a dia dos brasileiros. E, embora sua maior vantagem seja
a economia, a famosa quentinha não voltou para o cardápio somente em virtude do
orçamento apertado: com a crescente onda fitness e maior preocupação com a
qualidade da alimentação, levar comida caseira para o trabalho, faculdade ou
academia tem sido uma alternativa para melhorar a saúde. É o que aponta uma
pesquisa exclusiva, realizada pela Banca do Ramon, um dos empórios mais
tradicionais do Mercado Municipal de São Paulo. De acordo com seu levantamento,
mesmo entre aqueles que possuem maior poder aquisitivo, a alimentação caseira é
apontada como a escolha mais benéfica. E, segundo especialistas, quando bem elaborada
a estratégia pode, de fato, dar aquela forcinha na dieta.
Mais que
economia
É indiscutível que muitas vezes a marmita volta
para o cardápio devido ao orçamento apertado. Números do último levantamento do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/Pesquisa de Orçamentos
Familiares - POF 2008-2009) indicam que as refeições fora de casa representam
mais de 25% dos gastos com alimentação. Logo, em tempos nos quais a inflação
afeta, principalmente, o preço dos alimentos, buscar formas de cortar gastos é
essencial. Contudo, atualmente, apostar na alimentação caseira não tem sido
exclusividade daqueles que desejam economizar: de acordo com a pesquisa “Do
essencial ao Gourmet - O que os brasileiros pensam sobre alimentação
saudável e produtos premium.”, mesmo entre aqueles que ganham acima de 5
salários mínimos, o hábito (fazer refeições no lar/levar marmita de casa) não
só é predominante como também é apontado como a escolha mais saudável por quase
40% dos entrevistados com renda familiar elevada. No geral, considerando todos
os 1360 participantes, mais de 85% aponta esse tipo de refeição como a mais
frequente e também como a melhor pedida.
Comida de
verdade
Agora, deixando de lado o fator “orçamento”,
existem outros pontos que podem explicar o ressurgimento das marmitas: a
preocupação com a saúde e, claro, o paladar exigente desses consumidores. De
acordo com a pesquisa, os brasileiros não só priorizam o sabor na hora de
escolher alimentos (60%) como consideram a alimentação caseira, do dia a dia, como
a verdadeiramente saudável.
Seu principal diferencial? A variedade, segundo os
entrevistados. E, mesmo que muitos acreditem que não dá para ganhar da
diversidade dos self services, a nutricionista Juliana Tomandl explica porque
essa aposta pode, de fato, ser mais vantajosa: “Quando bem elaborada, a
refeição caseira ou a marmita pode ter um valor nutricional muito mais elevado
do que os alimentos oferecidos nos buffets de restaurantes. Embora muitos
estabelecimentos também ofereçam “comida no estilo caseiro”, quando as
refeições são preparadas e levadas de casa, é possível controlar muito melhor a
ingestão de sal, de temperos industrializados, de carboidratos e de gorduras,
por exemplo. Além disso, a pessoa evita as tentações típicas dos self services
como frituras, salgadinhos, molhos... itens que, de pouquinho em pouquinho, vão
deixando o prato mais calórico”.
Outro aspecto relevante, de acordo com a consultora
da Banca do Ramon, é que dessa
forma o indivíduo pode se reaproximar da “comida de verdade”, ou seja, diminuir
o consumo de fast foods e alimentos altamente processados. “Com a marmita
sempre à mão é possível ter uma alimentação nutritiva mesmo nos dias mais
corridos. Assim, evita-se consumir refeições “industrializadas” que, embora
muito práticas, são repletas de ingredientes nocivos à saúde, capazes de
propiciar o ganho de peso, aumentar a inflamação do organismo e até mesmo
elevar o risco de diabetes”.
Marmita
fitness
Pegando carona na preocupação com a saúde, as
famigeradas “marmitas fitness” também têm contribuído para que esse hábito
esteja mais forte do que nunca. Popularizada pelos adeptos da malhação, seu conceito
pode até ser o mesmo da quentinha convencional, mas o cardápio é bem
diferenciado: ao invés da lasanha que sobrou do domingo ou do tradicional arroz
com feijão, só entram alimentos estratégicos: funcionais, termogênicos, detox,
de baixo índice glicêmico, vegetarianos e por aí vai... Além disso, ficam de
fora ingredientes gordurosos, alergênicos ou pouco tolerados (glúten, lactose,
carboidratos e até mesmo algumas proteínas), tudo em nome da boa forma. E seu
público alvo é grande – a pesquisa rastreou, inclusive, que quase 18% dos
entrevistados consideram este tipo de alimentação a mais saudável.
Contudo, segundo a Dra. Tomandl embora a “marmita
fitness” possa, de fato, ser uma aliada do plano de emagrecimento, é preciso
ter cuidado antes de seguir esse estilo “Atualmente, com um apelo tão grande
para a perda de peso, as pessoas buscam soluções prontas e esse tipo de marmita
se tornou até mesmo um negócio. Mas, geralmente, elas se atentam somente para a
quantidade de calorias, sem verificar o valor nutricional das refeições. Como a
necessidade nutricional pode variar muito de pessoa para pessoa, é fundamental
buscar orientação médica antes de fazer mudanças bruscas na dieta, pois um
cardápio pode até ser fit, mas se não for equilibrado não promoverá uma perda
de peso saudável e muito menos sustentável.” – explica
Segredo é o
equilíbrio
E se a marmita voltou em nome da saúde, a
nutricionista afirma que a fórmula para não errar é buscar sempre o equilíbrio
“É a mesma regra do prato saudável: a refeição deve ser colorida e contar com
todos os macronutrientes, ou seja, deve ser composta por carboidratos,
proteínas, gorduras boas e fibras. Um bom exemplo é o clássico: arroz com
feijão, uma porção de carne e uma saladinha – esse prato oferece praticamente
todas as vitaminas e sais minerais que o corpo precisa.” E se a preocupação é
com a balança, Tomandl complementa “Se o objetivo é reduzir calorias, por
exemplo, basta diminuir a porção ingerida e atentar para o modo de preparo:
priorizar alimentos cozidos no vapor ou assados, evitar as frituras, os cortes
de carne gordurosos ou a utilização de temperos prontos, que “incham” o corpo.
Dessa forma é possível ter uma alimentação balanceada, saborosa e ainda seguir
firme na dieta sem grandes restrições”. – conclui
Fonte: Banca do Ramon
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá Meninas:
Não deixem de comentar, se quiser deixe o link do seu blog para que eu possa conhecer.
Sua opinião é muito importante para mim.
Bjkas
VAN