Carência nutricional pode
elevar os riscos à saúde na população mais idosa
Ter uma dieta equilibrada é
fundamental em todas as etapas da vida – é dos alimentos que o organismo obtém
a energia necessária para seu funcionamento pleno. Porém, com o decorrer dos
anos, nosso corpo passa por mudanças significativas que influenciam diretamente
sob a qualidade da alimentação: com o envelhecimento, diversos fatores podem
limitar e até mesmo dificultar a oferta adequada de nutrientes. Neste âmbito, a
ausência de apetite é uma das questões que mais preocupam - a inapetência na
terceira idade pode prejudicar a saúde numa fase em que, por natureza, já se
inspira maiores cuidados. As razões para este problema podem ser múltiplas,
porém, em todos os casos, buscar alternativas e redobrar a atenção com a dieta
são medidas essenciais para evitar a desnutrição e garantir mais qualidade de
vida ao idoso.
Mudanças fisiológicas x
nutrição
Muitas vezes, a perda de
apetite é decorrente de alterações próprias do envelhecimento: a redução do
olfato, paladar e até mesmo tato podem diminuir o interesse pelo alimento. É
natural que o idoso enfrente problemas na dentição, tornando a deglutição mais
dificultosa. Com o passar dos anos, o sistema digestivo também fica mais
sensível – alimentos que antes eram ingeridos com frequência passam a causar
certo desconforto durante a digestão. Todos esses fatores podem afetar
significativamente a relação do idoso com a comida: diante de tantas
dificuldades, muitos passam a evitar determinados alimentos e cortam,
deliberadamente, importantes itens da dieta.
Ainda que alguns sinais sejam
comuns do avanço da idade, é primordial ficar atento às mudanças do organismo
para que se evite maiores complicações. Quando essas alterações passam a
impactar o desejo pelo alimento é hora de ficar alerta: nesta fase o corpo já
requer um aporte nutricional maior e mais qualificado. De acordo com a
nutricionista Jéssica Freitas da Nova Nutrii, especializada em nutrição
clínica, “Muitos idosos já convivem com situações de saúde que restringem sua
oferta de alimentos, logo, a inapetência dificulta ainda mais o aporte
nutricional adequado. Como nessa fase já existe uma perda natural de massa
muscular, os impactos da alimentação insuficiente podem ser ainda maiores.” –
explica.
Por serem mais propensos à
problemas nutricionais, a falta de apetite em idosos é também uma questão de
saúde. Especialmente porque outros fatores também podem estar relacionados ao
distúrbio: baixa hormonal, alterações metabólicas, tratamentos específicos e
até mesmo problemas psicológicos podem estar por trás da inapetência.
Buscando alternativas
A nutrição adequada é
indispensável em todas as faixas etárias: precisamos diariamente da oferta de
carboidratos, proteínas, gorduras, sais minerais, vitaminas e água. Esses
nutrientes são essenciais para o bom funcionamento do organismo e a manutenção
da saúde. Cada um desses grupos possui características fundamentais e
complementares, sendo que a falta de qualquer um deles pode afetar
significativamente a saúde. Idosos, em especial, costumam restringir a
alimentação à refeições de fácil deglutição – muitas vezes recorrem à purês e
sopas quando a dificuldade de mastigação é acentuada. Com a redução da
diversidade no cardápio muitos podem perder o interesse pelas refeições e,
gradativamente, passam a ingerir cada vez menos alimentos. Além disso, existem
situações nas quais o idoso está em tratamento específico, que exclui um grupo
de alimentos da sua dieta. Nesses casos, como agir para que a falta de apetite
não prejudique a nutrição? A princípio é extremamente recomendável assim que os
primeiros sinais de dificuldades na alimentação sejam notados, um profissional
de saúde seja consultado afim de investigar a causa do distúrbio. Da mesma
forma, ao perceber alterações significativas no apetite, é fundamental
consultar um nutricionista antes de fazer alterações deliberadas na dieta,
somente ele será capaz de avaliar o estado nutricional do paciente e orientá-lo
adequadamente.
Porém, algumas medidas simples
podem ser tomadas para enfrentar o problema. De acordo com a especialista
Jéssica Freitas, a primeira coisa a ser feita é avaliar a qualidade dos hábitos
alimentares “Alimentar-se bem não significa comer muito, mas comer
adequadamente. É essencial que o idoso cultive o hábito de alimentar-se de 3 em
3 horas, tanto para garantir a oferta constante de energia quanto para
facilitar a ingestão nutricional ao longo do dia. Dessa forma, é possível
diversificar o aporte nutricional em pequenas porções.”
Outro ponto é trabalhar a
diversidade desse cardápio – buscar alternativas para alimentos que agradem o
paladar: “A refeição tem que ser prazerosa, logo repetir um único alimento,
além de monótono, torna-se enjoativo. Com o tempo, o prazer de apreciá-lo não
será o mesmo. Diversificar as preparações também é fundamental para estimular
os sentidos: ainda que o paladar esteja prejudicado, é possível estimular o
olfato e vice-versa. O visual também influencia significativamente sobre o
apetite.”
Reforço Nutricional
Em alguns casos, em decorrência
da baixa qualidade da alimentação ou de situações específicas, o aporte
nutricional pode ficar abaixo do recomendado. Quando isso ocorre, a saúde do
idoso pode ficar debilitada devido à falta de vitaminas e nutrientes, pois a
oferta através da alimentação tradicional pode não ser o suficiente. Nessas situações,
com o devido acompanhamento profissional, alternativas para complementar a
dieta podem ser necessárias: a suplementação pode auxiliar a preservar ou
recuperar o estado nutricional de um paciente afetado pela alimentação
insuficiente. “Naturalmente, os idosos já possuem maior dificuldade em absorver
e metabolizar determinados nutrientes, e quando alguma situação de saúde ou a
própria inapetência impede ou limita a ingestão diversificada de alimentos,
suplementos capazes de suprir a oferta proteica ou calórica podem ser
essenciais para evitar a perda de peso acentuada e outras complicações da
desnutrição.” – explica Jéssica.
Há também situações nas quais a
falta de apetite é agravada por outros fatores, como o uso de certos
medicamentos, tratamentos, sequelas de problemas de saúde e até mesmo doenças
crônicas. Quando a alimentação oral é prejudicada de forma significativa, a
alimentação enteral pode ser necessária como parte do tratamento clínico para
assegurar a nutrição do idoso. Nesses casos, a utilização de sonda para
complementar ou substituir a dieta convencional pode servir como terapia
nutricional, auxiliando na recuperação dos casos mais severos. Em todas as
situações é essencial que o idoso, seus familiares ou cuidadores sigam as
recomendações do nutricionista, e jamais façam uso de qualquer produto
suplementar sem a devida orientação médica.
Mudanças comportamentais
Alimentar-se é muito mais do
que simplesmente nutrir o corpo – o ato também é de extrema importância social.
As refeições marcam importantes momentos da vida, pois através dela celebramos
diversas ocasiões. Logo, a hora da refeição deve ser também um momento de
interação com família e amigos. É extremamente importante que o idoso cultive o
hábito de fazer as refeições acompanhado e, mesmo quando tenha dificuldades de
alimentar-se, tenha companhia nesse momento, não apenas para auxiliar, mas
também para interagir. Envolver familiares, cuidadores e amigos nesse processo
torna esses desafios mais amenos.
Para muitos, essa etapa da vida
também requer mudanças no cardápio. Seja devido à condições de saúde, seja
pelas dificuldades próprias da terceira idade. É preciso encarar esse momento
como uma oportunidade para adoção de uma rotina mais saudável, com a escolha de
alimentos mais nutritivos e benéficos à saúde. Dessa forma é possível
aproveitar essa importante fase com mais bem estar bem estar e qualidade de
vida.
Dicas
Fique atento aos sinais: ter
menos apetite ocasionalmente é normal, porém, se a situação se tornar
corriqueira, procure um médico;
Próteses mal adaptadas e
problemas dentários podem afetar a deglutição e causar desconfortos que
desestimulem a alimentação. É importante observar esses sinais e consultar-se
regularmente com um dentista para evitar essas situações;
Variar o cardápio é essencial
para estimular os sentidos: se o paladar está reduzido, aposte no aroma e
visual da preparação para compensar essa perda. Em todos os casos é possível
explorar o melhor dos alimentos para instigar o apetite;
A oferta de pratos coloridos,
além da maior diversidade de nutrientes também melhoram aceitação;
Certos tratamentos e medicações
podem causar a inapetência como efeito colateral, relate o ocorrido ao seu
médico e jamais faça automedicação;
Incentivar o convívio familiar
e social é essencial para que a refeição do idoso seja mais prazerosa, evite o
isolamento e esteja atento à sinais de tristeza e depressão;
Adeque a dieta: opte por
alimentos palatáveis de fácil consumo. Aposte na variação de sopas, purês e
vitaminas para facilitar a ingestão. Consulte um nutricionista, ele será capaz
de auxiliar na elaboração de um cardápio nutritivo e variado. Além disso, irá
avaliar a necessidade de suplementação nutricional para complementar a dieta.
Fonte: Nova Nutrii
Passei pra ver as novidades e te desejar um ótimo dia :)
ResponderExcluirParabéns pelo post! Muito legal a abordagem desse assunto, pois nossos idosos merecem todo carinho e atenção.
beijinhos :*
http://noostillo.blogspot.com.br/
bah, que post interessante e importante Van! Parabéns!
ResponderExcluirMe dá licença de copiar?
bjs
Oi Dri!
ExcluirPode copiar sim! Beijos