Apesar de ser essencial para
diversas funções do organismo, deficiência do nutriente é mais comum do que se
imagina
A busca por uma vida mais longa
e com mais qualidade passa obrigatoriamente pela mesa: através de um cardápio
balanceado conseguimos obter todos os nutrientes necessários para o bom
funcionamento do organismo. Porém, ironicamente, o estilo de vida atual muitas
vezes atrapalha a adoção de uma dieta equilibrada, fazendo com que algumas
dessas substâncias sejam ofertadas em menor quantidade. Ainda que todos os
nutrientes sejam importantes, alguns em especial podem causar forte impacto sob
a saúde quando encontram-se abaixo do nível ideal no organismo: este é o caso
do magnésio, mineral pouco conhecido, porém essencial para inúmeras funções
orgânicas. Responsável, entre outras coisas, pela regulação do cálcio, produção
de energia e o equilíbrio das funções celulares, sua deficiência pode
desencadear sintomas que vão desde cãibras até hipertensão, má circulação e
problemas cardíacos. Para atingir o aporte ideal deste nutriente é essencial
reforçar o cardápio com alimentos ricos neste mineral e, em alguns casos,
apostar na suplementação, uma vez que sua absorção é impactada por diversos
fatores.
O maestro dos minerais
Figurando entre os quatro sais
minerais mais importantes para a saúde humana, o magnésio é considerado o
maestro dos minerais por ser cofator na reação de mais de 300 enzimas, ou seja,
é indispensável em diversos processos do organismo. De ampla atuação, uma das
principais funções deste nutriente é gerar o ATP – molécula básica da produção
de energia, logo, sua presença é fundamental para o vigor. Também está
relacionado ao bom funcionamento dos nervos e dos músculos, desempenhando papel
relevante sob a contração e relaxamento muscular. Associado até mesmo à saúde
cardiovascular, estudos apontam que este mineral seria capaz de regular o ritmo
cardíaco e atuar como fator de prevenção de diversos males.
Além disso, sua oferta é
essencial para o equilíbrio nutricional – de acordo com a nutricionista Sinara
Menezes: “Além de melhorar a absorção da vitamina D, o magnésio auxilia na
regulação do cálcio no organismo e sua devida fixação nos ossos” – logo,
conforme explica a profissional da Nature Center, este nutriente também é
essencial para quem busca fortalecer a saúde óssea, sendo que sua presença é
essencial até mesmo para formação dos dentes. Justamente por isso, dores e
cãibras são alguns dos sinais que podem indicar a carência de magnésio.
Contudo, sua deficiência pode ser muito mais impactante e gerar complicações
mais sérias, resultantes do desequilíbrio das funções dependentes do magnésio.
Sinais e consequências da
deficiência de magnésio
Alguns sinais podem servir de
alerta para a má absorção ou ingestão insuficiente deste mineral: a princípio,
com a oferta de energia impactada, o indivíduo pode apresentar fraqueza aguda,
cãibras, dores e espasmos musculares – problemas que também ocorrer em virtude
do desequilíbrio na absorção do cálcio.
Por exercer uma importante
função no sistema nervoso, a falta deste mineral também pode desencadear uma
serie de sintomas psicológicos que muitas vezes podem passar desapercebidos
como cansaço, ansiedade, hiperatividade e insônia. Em casos mais severos, esse
quadro pode evoluir para confusão mental, depressão, e até mesmo convulsões.
Contudo, um dos fatores mais relevantes e que tem colocado o magnésio no foco
de diversas pesquisas é sua influência sob a saúde do sistema cardiovascular –
a falta do mineral está relacionada à problemas de arritmia, palpitações,
anomalias no ritmo cardíaco e aumento da pressão arterial.
Ainda assim, identificar o
problema não é uma tarefa simples, até mesmo exames laboratoriais não são tão
precisos quanto a disponibilidade deste mineral no organismo. Como boa parte
dele se concentra nos órgãos e ossos, restando uma parcela mínima circulante na
corrente sanguínea, detectar a carência de magnésio depende de fatores que vão
muito além do simples reconhecimento dos sintomas. Justamente por isso, diante
de qualquer suspeita, é fundamental consultar um médico afim de se obter uma
análise de todo o estado nutricional. Em suma, este nutriente é de importância
inquestionável e merece atenção especial na alimentação diária pois essa é a
melhor forma de garantir seu aporte adequado.
O quanto precisamos?
Dentro de uma dieta
equilibrada, a necessidade de magnésio é, em média, de 320mg/dia para homens e
230mg/dia para mulheres. De acordo com Sinara, a melhor forma de conseguir este
aporte é investir em alimentos ricos em magnésio, em especial vegetais folhosos
escuros, sementes, oleaginosas e cereais integrais.
Alimentos ricos em magnésio
Vegetais: Espinafre, brócolis,
berinjela, coentro e cebolinha são vegetais que podem incrementar uma dieta
rica em magnésio. “Os vegetais folhosos e hortaliças de coloração verde escura
são, em geral, ótimas fontes do mineral. ”
Sementes e oleaginosas:
castanha do Pará, amêndoas e sementes em geral “A semente de girassol é
riquíssima em magnésio, uma porção de 100 gramas, possui aproximadamente 325mg
do nutriente” – porém, isso não significa que se deva ingerir uma alta
quantidade de oleaginosas, a nutricionista alerta que esses alimentos possuem
alto valor calórico, portanto devem ser consumidos com moderação.
Cereais e grãos integrais: Grão
de bico, linhaça, chia, aveia e o clássico feijão com arroz são boas fontes do
nutriente, especialmente suas versões integrais. “Este prato, além de
tradicional, é muito saudável: 100 gramas de feijão carioca contêm cerca de 176
mg de magnésio, enquanto o arroz integral concentra cerca de 43mg do nutriente.
”
Frutas: Banana, abacate, coco
(inclusive sua água) e até mesmo o cacau são boas fontes do mineral. Isso
significa que é possível aumentar a oferta de magnésio através de um saboroso
chocolate? Sim, contudo “assim como no caso das oleaginosas, é preciso cautela
no consumo para não levar ao ganho de peso, o recomendável é consumir
ocasionalmente e não ultrapassar as 30gr, dando preferência as versões com alta
concentração de cacau. ”
Além disso, existem outros
fatores que podem impactar a disponibilidade do magnésio no organismo. Dentre
eles, o consumo de alimentos ricos em cálcio, como leite e derivados, pode
afetar a oferta de magnésio, pois a absorção de ambos minerais compete entre si
no organismo. “É preciso avaliar a questão nutricional como um todo,
especialmente em relação as vitaminas D3, K2 e o próprio cálcio – estes
nutrientes, em especial, causam influência sob a absorção do magnésio podendo
prejudicar ou facilitar esse processo. ” Além disso, é importante observar o
próprio estilo de vida do indivíduo, pois hábitos do dia-a-dia também
influenciam na disponibilidade do nutriente.
É preciso suplementar?
Ainda que seja um dos elementos
mais abundantes na composição terrestre, estudos apontam que sua carência é
cada vez mais comum devido aos hábitos da vida moderna. Além do alto consumo de
industrializados e baixa oferta de alimentos in natura no cardápio do dia a
dia, outras questões interferem na oferta de magnésio: sua concentração no
solo, na água e, consequentemente, nos alimentos, depende de características
geológicas que variam de acordo com a região – no Brasil, a oferta natural
deste mineral é inferior à de países com formações vulcânicas como Japão, por
exemplo. Essa biodisponibilidade está associada, até mesmo, a longevidade de
determinadas populações.
Porém, dentre os fatores que
estão sob o nosso controle, a inclusão de magnésio na alimentação diária merece
atenção redobrada: “Uma dieta desequilibrada, com alto consumo de alimentos
ricos em cálcio, ou proteínas, por exemplo, pode reduzir a capacidade do
organismo em utilizar o magnésio. ” – Explica a nutricionista. Além disso, o
abuso de bebidas alcoólicas, diuréticos e atividades físicas intensas também
podem diminuir a disponibilidade do nutriente, uma vez uma vez que o corpo
elimina este mineral através do suor e da urina. Outros fatores como o stress,
o uso prolongado de determinados medicamentos e até mesmo o envelhecimento
tornam o organismo menos eficaz na tarefa de assimilar este nutriente.
Logo, a suplementação é
necessária? De acordo com a Sinara, a suplementação não é via de regra para
todos, pois a oferta nutricional do magnésio é muito complexa. Porém, em alguns
casos, a suplementação pode ser vantajosa devido ao estilo de vida ou a dificuldade
de absorção do nutriente através da dieta tradicional. Devido a
biodisponibilidade e até mesmo os hábitos da vida moderna, a comercialização de
suplementos como o magnésio dimalato e o óxido de magnésio se tornou muito
popular – a diferença básica entre ambos é que o dimalato é uma fonte sintética
enriquecida com ácido málico e possui efeitos benéficos sob o cansaço crônico e
a fibromialgia, enquanto o óxido é obtido através de extratos naturais, porém
ambos são boas alternativas para suprir a necessidade do mineral.
Contudo, é altamente
recomendável que pessoas saudáveis busquem esse aporte através de uma dieta
composta de alimentos ricos em magnésio e, caso tenham dificuldade em suprir
essa necessidade através da alimentação, recorram à um profissional antes de
fazer uso deliberado de qualquer suplemento. Ainda que benéfica e utilizada em
muitos tratamentos, a suplementação requer orientação profissional, o balanço
nutricional deve ser analisado como um todo. Dessa forma é possível
aproveitar ao máximo os benefícios desse importante mineral e ganhar, de fato,
mais qualidade de vida.
Fonte: Nature Center
ontem mesmo estava lendo sobre este assunto... tenho comido bastante semente de abóbora, que é rica em magnésio..
ResponderExcluirbjs