Mas, apesar dos índices positivos, o consumo de
pescados no país ainda está longe do ideal para a saúde
De iguaria sofisticada à uma opção de proteína
saudável recorrente no prato de quem aprecia um bom peixe, o salmão ganhou
notoriedade nas ultimas décadas e deixou de ser uma exclusividade dos
restaurantes japoneses. Já é possível encontrá-lo facilmente em qualquer buffet
a quilo ou, até mesmo, na mesa de quem arrisca uma receita com o ingrediente.
Sua popularidade no Brasil pode ser atribuída a vários fatores, afinal, existem
diversas formas de preparo, das mais difíceis às mais fáceis, inclusive aquelas
em que o peixe é apreciado fresco, sem cozimento. Além disso, seu sabor agrada,
até mesmo, os paladares mais exigentes, e ainda há todos os seus benefícios
nutricionais.
Com tantas qualidades fica difícil resistir não é
mesmo? É por isso que o salmão lidera a preferência, quando se trata de
pescados. Segundo um estudo exclusivo, realizado pela Banca do Ramon, um dos
empórios mais tradicionais do Mercado Municipal de São Paulo, o nobre peixe sai
na frente dos nacionais e vem conquistando cada vez mais espaço no cardápio
brasileiro. No entanto, mesmo diante da demanda crescente por pescados, o
consumo ainda está muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial da
Saúde (OMS), que é de 12 quilos por ano.
Índices
animadores
O levantamento “Do essencial ao Gourmet”, que ouviu
1.360 pessoas de todas as regiões do país a fim de obter uma perspectiva da
relação dos brasileiros com a alimentação e seus hábitos de consumo, constatou
que apenas 12% dos consumidores excluem essa proteína da dieta. De acordo com a
pesquisa, o consumo de pescados está em alta: boa parte dos entrevistados
costuma comer peixe até duas vezes por mês, enquanto 31% consome de três a quatro
vezes e 16% o faz acima de cinco vezes no mesmo período.
Os dados revelam ainda que o peixe mais consumido é
o salmão, que lidera o ranking com 53,5% de preferência. O nobre atum vem logo
atrás, em segundo lugar (23,2%) e ganha da popular sardinha (17,5%); e a
cavalinha ocupa a última posição, apontada por apenas 5,8% dos entrevistados
como o peixe consumido com mais frequência.
Mercado
brasileiro
Embora o Brasil possua um alto potencial de
produção, o consumo ainda está abaixo da média recomendada para a saúde,
estipulada em 12kg ao ano pela OMS. De acordo com dados da Organização das
Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU), o consumo brasileiro
é inferior a 10kg/hab/ano, enquanto a média mundial gira em torno de 20kg per
capita anualmente.
Isso se deve, em partes, à produção nacional que,
apesar do bom desempenho, ainda não consegue atender toda a demanda. Por isso,
o país exporta cerca de US$1,3 milhões em peixes todo os anos, principalmente
de países como Chile, Argentina e China. Entre as variedades estão o panga
vietnã, a merluza, o polaka do Alasca e o salmão, que vem especialmente de
nossos vizinhos chilenos.
Além disso, embora o mercado nacional venha
atingindo números expressivos, as vendas ainda enfrentam momentos de pico. A
Semana Santa é a melhor época para o setor e representa 30% do total de vendas
do ano, seguida pelo Natal, que chega a somar até 15%.
Geração
saúde
Segundo a nutricionista Juliana Tomandl, o salmão é
considerado um dos peixes mais benéficos à saúde e sua popularização se deve,
especialmente, a esse motivo: “É claro que o crescimento da cadeia produtiva e
a ampla divulgação contribuíram para o brasileiro ter mais acesso à proteína.
Mas, atualmente, as pessoas estão mais conscientes em relação aos produtos
ingeridos e procuram opções de boa qualidade. É aí que o peixe se destaca,
pois, entre as proteínas animais, ele sai na frente, como um alimento
extremamente saudável e nutritivo” – explica a consultora da Banca do Ramon.
Para a especialista o aumento da longevidade trouxe
uma preocupação maior com a saúde e levantou o debate sobre consumo consciente,
culminando em uma geração que deseja mais qualidade de vida, aliando os
benefícios nutricionais e o sabor, e, nesse quesito, o salmão cumpre bem o seu
papel. Tomandl explica que, além da proteína, a carne do salmão é rica em ômega
3, um ácidos graxo poli-insaturado que garante o funcionamento adequado do
nosso organismo.
“Trata-se de uma gordura essencial, ou seja, não é
produzida pelo nosso organismo, por isso ela precisa ser fornecida ao corpo
através da alimentação para garantir o funcionamento de dois órgãos
extremamente importantes do corpo humano: o coração e o cérebro. Ele combate o
colesterol ruim, é anti-inflamatório, atua na manutenção das membranas
celulares e do sistema nervoso central. E ainda contribui com a redução de
triglicérides e o aumento do colesterol bom (HDL). Mas não para por aí, pois a
carne do peixe ainda contém vitaminas A, D, E e do complexo B, magnésio e
ferro” – afirma a nutricionista.
Origem e
qualidade
Poucas pessoas sabem, mas o queridinho dos mares é
originário, na verdade, de água doce. O salmão nasce nas cabeceiras dos rios e
permanece por lá durante seus primeiros 18 meses de vida, enquanto completa seu
ciclo juvenil. Durante esse período o metabolismo do peixe sofre alterações que
modificam sua aparência e o tornam capaz de viver em alto mar. Além disso, ele
memoriza os odores do lugar onde nasceu. Já no oceano o salmão termina seu
desenvolvimento e passa a maior parte da vida adulta, regressando para seu
local de nascimento nos períodos de procriação para a desova.
A composição do salmão, assim como suas
propriedades nutricionais, é determinada de acordo com sua alimentação quando
adulto. Ele vive em águas profundas e gélidas do oceano atlântico e pacífico e
sua dieta consiste em pequenos peixes, crustáceos e algas. No entanto, mais da
metade do consumo mundial do peixe procede de fazendas subaquáticas e as
principais zonas de produção são: norte da Europa, Canadá, Chile, e Estados
Unidos.
De acordo com a nutricionista aquele ditado “você é
o que você come” é ideal para definir o peixe: “todos os nutrientes, inclusive
o ômega 3 e sua famosa cor rosada, são obtidos através da sua alimentação no
habitat natural. O salmão criado em cativeiro, consequentemente, não tem a
mesma composição corporal do animal selvagem, mas isso não significa que a
qualidade seja inferior. As rações utilizadas na salmonicultura são muito boas e
possibilitam que o peixe sintetize os nutrientes necessários” – explica a
especialista.
Além disso, a popularização do salmão aconteceu
graças ao aumento da criação do peixe em cativeiro, que aumentou a oferta e
diminuiu os custos, ajudando a preservar os estoques naturais de salmão para
que o peixe não entre em extinção.
Fonte: Banca do Ramon
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